quarta-feira, 23 de abril de 2008

O verdadeiro sentido de Isabella

O crime foi executado, a garota foi violentada e atirada do sexto andar. Não há mais volta, cabe agora à polícia esclarecer o caso e colocar os culpados na cadeia, para mofarem e tentarem tomar consciência do ato praticado (se é que monstros como esses têm pensamentos racionais, agem apenas por instinto). E a mídia, principalmente a televisão, encontrou neste caso uma lacuna para disparo de seus índices de audiência. Todo dia bombardeando com informações inúteis sobre os acontecimentos pré e pós assassinato. Acompanhando o casal de casa à delegacia, se peidam, se cagam, se comem, se usam sabonete líquido ou em barra... colocam psiquiatras ao vivo para comentar expressões dos familiares, se dizem a verdade ou não, como se isso fosse adiantar algum coisa. Ao contrário do que dizem, a sociedade não quer respostas, a sociedade quer justiça. Mas a justiça vem da polícia e outros órgãos que julgam e apuram os fatos, e não da TV. O real significado desta atrocidade, o núcleo de toda essa animalidade, é em como esse episódio deve ser absorvido pela sociedade. Não perceberam que a garota teve seu destino traçado de forma trágica para mostrar a todos que a instituição "FAMÍLIA" hoje sofre com brigas e deformidades que nunca antes foram vistas. Aquilo que deveria ser a base do amor, a estrutura de formação de valores das pessoas, hoje é a base do ódio... e se hoje odiamos até quem é da nossa família, a quem vamos querer o bem? As discussões nos canais deveriam trazer a tona essa realidade, uma realidade escondida e que só aparece quando tragédias como essa acontecem. Todos os dias milhares de crianças são agredidas, espancadas, estupradas, mas nada é comentado. O caso Isabella trouxe o ápice do desafeto humano, o clímax do horroridade, o choque da atrocidade. E esse choque não veio para discutirmos os culpados, mas para refletirmos como podemos melhorar nossas vidas dentro da estrutura familiar, como podemos proteger os desprotegidos. A violência hoje é tão comum como comprar um pão. Vamos refletir sobre isso tudo e usar estes casos, que infelizmente ainda acontecem muito, para reformularmos nossas atitudes, praticarmos o bem. Aprender a conviver é muito mais que uma missão, é uma necessidade! E hoje essa lição vem de encontro a todos nós, mas mais uma vez estamos jogando no lixo a oportunidade de tentarmos construir algo bom, com mudanças sólidas, discutindo se a madrasta e o pai estão de moleton ou camiseta branca.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara,

Pior que a mídia são os caras que vão lá pra vender água, comida, e uns até se arriscam a vender camiseta com a imagem da Isabella.

olha a situação que a gente se encontra.

abraxxx,

Daniel disse...

Esse caso ao meu ver é diferente daqueles que vemos aqui. Que são praticados por pessoas que nunca tiveram educação e realmente não tem idéia do que é certo ou errado, porque passaram a vida inteira tomando tapa na cara.

O que aí vemos é um casal com renda, mas que não tem coração. Na verdade ainda nem foram julgados, então não queria colocar aqui que tenho a certeza de que foram eles. Mas tudo indica que sim.

Realmente a família faliu.

abs